Naquela foto eu tinha um sorriso sincero no rosto, olhos brilhantes e felizes como toda criança deve ter. Era um cenário verde com minha casa ao fundo e minha mãe sentada em uma cadeira me observando, como era sempre. Minha amada mãe. E meu querido pai registrando aquele momento, que para sempre vai ser um sinal do que fui e do sou destinado a ser.
Me impressiona o quanto uma simples imagem pode se transformar em nostalgia. Aquele sentimento que você não sabe se é bom ou ruim. Tem um pouco de alegria e outro tanto de tristeza. Alegria por ver que a vida se fez boa, ainda mais quando não continha vícios incontroláveis, sentimentos compulsivos e desejos irrealizáveis. Tristeza por ser um tempo que não volta mais, e por despertar em mim todas as qualidades que se foram. O tempo que passa cada vez mais depressa, escapando por entre meus dedos, zombando da minha incapacidade de obter controle. E não se trata de otimismo ou pessimismo. É apenas um realismo frio que torna a vida mais equilibrada. Pois poucas coisas são mais irritantes do que otimismo ou pessimismo exagerados. Ou não sair dos eternos clichês que fazem da vida essa melancolia.
Um comentário:
Meus neurônios remexeram-se e encontraram lá no fundo uma imagem semelhante, fui feliz. Vou continuar a ler. :)
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