sexta-feira, 16 de dezembro de 2022

o diabo na encruzilhada

se me faltam palavras 
não me faltam caminhos

se me sobram impulsos
não me faltam guias

se me falta compreender
não me falta tempo

às vezes quem falta é a paciência 
com frequência ela se ausenta
mas eu é que faço ela se retirar

                  mea culpa, 
        vida em pranto, 
                        desalento.
uma preguiça descomunal dessa autopiedade desgraçada 


erro consciente é erro cobrado
em relação a si o preço é dobrado
a maldição no meio do caminho

dela você não foge
pra ela você olha
e ela gargalha
na encruzilhada
laroye.

estranho escolher sabendo que a gente é gente que faz mas também que é feito
sujeito de agir e ao mesmo tempo sujeito à condição que te impuseram ao nascer
sem escolher
agora tem que decidir
entre fazer e não fazer
Mojuba
já sabe pra onde tu vai caminhar
a gargalhada tá em te ver pensar que é sozinho que tu anda
a luz e a sombra andam contigo por todo o trajeto
do início ao fim
cabe observar a luz no meio do caminho

"teardrop on the fire"

(me sobram demônios 
e não me faltam tormentos
o inferno vem de olhos fechados
em noites calmas)

se a vida parecer banal
que seja.


segunda-feira, 5 de dezembro de 2022

eu já fui assim risos

 quer saber o que me faz gostar de você?

você me faz querer viver a manhã,

tomar café olhando pela janela o mundo acontecer,

sair por aí e dar bom dia pra quem quiser ver

que eu amo você, verdadeiramente.

ficar perto de você, meu bem, me dá vontade de vida

de viajar, compartilhar, apontar coisa bonita pra você olhar,

ver você e perder qualquer noção de bloqueio: 

viver perigoso se torna um viver bonito,

um viver gentil.

gosto de você é igual gosto de água de rio 

mas daquele rio que fica longe de tudo, purificado pela corrente, pela frenética necessidade de mudança e de continuidade de seu caminho.

você é força e gentileza, 

e eu só agradeço pela oportunidade de juntar tanta palavra pra falar de um começo tão bonito, com cara de meio de caminho, já que o fim é uma ilusão. 

não espero nada de coisa alguma. 

só preciso expressar o que rasga meu peito, gentilmente, abrindo caminho pelas proteções que o mundo me fez criar; gentilmente, sabendo que todo plano é falho e toda intenção é lenha na fogueira desse coração, dono dessas mãos, guia dessa mente, que vive de caminhar e observar toda encruzilhada.

no mais: a vida me leva e eu vou vendo por onde eu ando, e vou coletando mais razões pra gostar de você pelo caminho. 


um sopro de vida em meio a tudo (...).

dor

o azul do céu é ironia em um coração que sentia. a graça da vida que segue se perde diante do que a memória guarda. sou corpo vi...